Ações na Rua / Street action
No meio do caminho, a gente dança
[PT]
Neste mundo de dedos que tocam muitas telas e pouca pele, Laís tem gostado de pensar que insistir em fazer arte pode ser, sobretudo, encontrar com xs outrxs. E, a partir disso, no meio do caminho entre tu e elxs, fazer arte pode ser ousar parar, perguntar, procurar por diferentes caminhos, enlarguecer sentidos – para, então, imaginar, criar e experimentar coletivamente outros modos de vida.
Em 2020, Laís viajou do Brasil para a Suíça. Antes de partir, diante das regras de isolamento social, não pode se despedir pessoalmente de muitos de seus amores. Desde então, Laís sonha em reencontrá-los. Ela alimenta esse sonho caminhando e celebrando os novos encontros que lhe acontecem. Teus olhos percorrendo estas palavras, por exemplo, já se trata de um encontro digno de celebração. E se podemos, enfim, nos encontrar de novo, nada como caminhar juntxs para celebrar esse fato. Afinal, já diria Francesco Careri, autor de Walkscapes: O caminhar como prática estética, a gente caminha para encontrar com x outrx.
No meio do caminho, quem podemos encontrar? O quê podemos encontrar? Como esses encontros podem seguir com a gente em nossas outras caminhadas? Como eles nos movimentam? Como eles movimentam nossas cidades? A fim de responder essas perguntas, este trabalho é composto por dois momentos. No primeiro deles, buscando construir com o público uma relação de intimidade e de parceria criativa, Laís está à procura de cinco (5) pessoas com quem caminhar pelo Bairro Alto. A cada caminhada, na vivência conjunta de deslocamentos, Laís espera descobrir um novo bairro.
Depois, no segundo momento deste trabalho, para multiplicar os movimentos e histórias de cada um desses encontros, Laís deseja compartilhar uma performance caminhante nos arredores do Convento de São Pedro Alcântara. Nela, de forma tanto sensorial quanto lúdica, o público participante poderá experimentar uma dança cotidiana colectiva, com uma atenção particular aos caminhos que se cruzam e às camadas que compõem o espaço urbano.
No meio do caminho, quem sabe o grupo encontre um corpo que pisa com cuidado, que se demora, que olha com a pele e que, prestes a cair, se recusa a seguir pelos mesmos caminhos. No meio do caminho, quem sabe, a gente dança.
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[EN]
In this world of fingers that touch many canvases and little skin, Laís has liked to think that insisting on making art can be, above all, meeting others. And, from that point on, halfway between you and them, making art can be daring to stop, ask questions, look for different paths, broaden meanings – to then imagine, create and collectively experience other ways of life.
In 2020, Laís traveled from Brazil to Switzerland. Before leaving, in the face of social isolation rules, she could not personally say goodbye to many of her beloved ones. Since then, Laís dreams of meeting them again. She nourishes this dream by walking and celebrating new encounters that happen to her. Your eyes running over these words, for example, is already an encounter worthy of celebration. And if we can finally meet again, there's nothing like walking together to celebrate this fact. After all, as Francesco Careri, author of Walkscapes, would say: Walking as an aesthetic practice, we walk to meet with x others.
Along the way, who can we meet? What can we find? How can these encounters continue with us on our other walks? How do they move us? How do they move our cities? In order to answer these questions, this work is composed of two moments. In the first one, seeking to build a relationship of intimacy and creative partnership with the public, Laís is looking for five (5) people with whom to walk around Bairro Alto. With each walk, in the joint experience of displacements, Laís hopes to discover a new neighborhood.
Then, in the second moment of this work, to multiply the movements and stories of each of these encounters, Laís wants to share a walking performance in the surroundings of the Convento de São Pedro Alcântara. In it, in both a sensorial and playful way, the participating public will be able to experience a collective daily dance, with particular attention to the paths that cross and the layers that make up the urban space.
In the middle of the way, maybe the group find a body that treads carefully, that takes time, that looks with its skin and that, about to fall, refuses to follow the same paths. In the middle of the way, who knows, we'll dance.
Laís Rosa (ÉDHÉA)
[PT]
Bacharel e licenciada em Dança e Linguística pela Unicamp (Campinas, Brasil), atualmente ando por Sierre (Suíça), onde venho sendo estudante no programa de mestrado sobre Arte na Esfera Pública na ÉDHÉA. Apesar dos meus joelhos gastos, acredito que caminhar é dança que, se realizada coletivamente, pode criar novos mundos.
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[EN]
Graduated in Dance and Linguistics from Unicamp (Campinas, Brazil), I currently live in Sierre (Switzerland), where I have been a student in the Master's program on Art in the Public Sphere at ÉDHÉA. Despite my worn knees, I believe that walking is a dance that, if performed collectively, can create new worlds.
Duração total do evento / Estimated time
Caminhadas individuais não públicas– duração variada; Performance final pública– entre 45 minutos e 1 hora
Individual non-public walks – varying duration; Public final performance – between 45 minutes and 1 hour
Participantes / Participants
5 participantes para as caminhadas individuais, sujeitos a inscrição; Performance final, 20 pessoas sem inscrição
5 participants for the individual walks, subject to registration; Final performance, 20 people without registration
Dados móveis / Mobile data
Não / No
Idioma / Language
Português / Portuguese
Local de encontro / Meeting Point
Miradouro de S. Pedro de Alcântara
Largo do Carmo